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NOTÍCIA
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08 de fevereiro
Vacina chega mesmo à todos os brasileiros?
Na corrida pela vacina, todas as nações do mundo e empresas farmacêuticas parecem estar começando a cruzar a linha de chegada desse grande e cansativo trajeto.
Desde o decreto oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS) informando ao mundo que, de fato, enfrentávamos uma pandemia global do novo coronavírus causada pelo Sars-Cov-2, diversas medidas preventivas, como o uso de máscara, álcool em gel e o distanciamento social foram tomadas a fim de diminuir a curva epidemiológica da doença. Essas medidas foram capazes de salvar inúmeras vidas mesmo com certo grau de irresponsabilidade de algumas autoridades e lideranças ao redor do mundo. Entretanto, essas são formas de evitar o contato e proliferação do vírus, não são métodos capazes de nos conceder efetivo grau de imunidade contra a COVID-19. A imunidade só acontece efetivamente por meio da vacinação. Daí a urgência em que cientistas do mundo inteiro se encontravam nessa corrida pelo desenvolvimento de uma vacina eficaz e segura.
A invenção da vacina foi um marco histórico na ciência e na sociedade quando tratamos de saúde pública. A OMS é o principal órgão mundial que discute assuntos relacionas à saúde e informa que a vacinação é capaz de salvar a vida de cerca de 3 milhões de pessoas por ano. Esses dados foram levantados numa realidade antes da pandemia da COVID-19, mas continuam valendo e inclusive talvez até estejam desatualizados. Na realidade em que vivemos, a vacina salvará muito mais vidas.
Atualmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), agência brasileira reguladora, vinculada ao Ministério da Saúde, liberou o uso emergencial de duas vacinas diferentes no Brasil. Foram liberadas a CoronaVac, imunizante desenvolvido pela empresa Sinovac em parceira com o Instituto Butantan e a vacina da empresa AstraZeneca desenvolvida junto da Universidade de Oxford. Ambas as vacinas só foram liberadas para uso emergencial pois tiveram seus resultados analisados meticulosamente pelos profissionais da Anvisa e foram aprovadas em todos os quesitos necessários. Incluindo a porcentagem de eficácia de cada uma.
Diante dessas informações, não iremos discutir porcentagem de eficácia das vacinas, quem foi o responsável pelo sucesso de determinada vacina ou não. Iremos chamar atenção para o cuidado que as autoridades de saúde precisam ter para que as regiões mais carentes e afastadas dos centros de circulação de informações não fiquem de fora da campanha de vacinação.
Foi estipulado preliminarmente que a campanha de imunização nacional se dividiria em quatro fases e se daria da seguinte forma:
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1. Fase: Serão imunizados trabalhadores da saúde, idosos com mais de 75 anos, população indígena e pessoas com mais de 60 anos que vivam em asilos ou instituições psiquiátricas. (Fase em que estamos atualmente)
2. Fase: Nesse momento as pessoas de 60 à 64 anos serão vacinadas.
3. Fase: Aqui serão priorizadas pessoas com alguma comorbidade que podem ocasionar agravamento da doença. Com diabetes ou obesidade.
4. Fase: Nesse fase será a vez dos professores, forças de segurança junto de profissionais de sistemas prisionais e detentos.
Graças ao Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina será distribuída gratuitamente para todo cidadão brasileiro que se enquadrar nas fases em que o plano de vacinação estiver.
Porém, já no começo da campanha, houve casos de pessoas ‘furando filas’ para tomar a vacina. De políticos à demais profissionais que ainda não deveriam ser imunizados deram um ‘jeito’ de conseguir passar na frente da população de risco que realmente deveria tomar a vacina.
O G1 disponibilizou, baseado em informações de um consórcio de veículos de imprensa a partir de dados da secretarias estaduais de Saúde, um mapa interativo que ilustra a evolução da campanha da vacina no Brasil.
Chamamos atenção para a porcentagem de pessoas já vacinadas no estado do Piauí. Quando escrevemos esse texto, ela está em 1,15% da população. No Piauí estão a maioria de nossos projetos, por isso conhecemos a dura realidade de abandono e desamparo em que muitas famílias se encontram. Sem falar que muitas delas são ‘invisíveis’ para o sistema (não tem registro de nascença. O percentual de vacinação é pequeno em todos os estados pois ainda pode-se considerar que estamos no início da campanha. Mas, se pessoas continuarem a furar filas, levando em consideração à disponibilidade das doses e de insumos para produção, aqueles que estão em situações de maior vulnerabilidade social vão acabar ficando de fora da lista dos imunizados.
A falta de infraestrutura para armazenamento adequado, compartilhamento de informações e até mesmo a falta de atenção dos profissionais de saúde com a população local, ou até mesmo dos governos locais com os profissionais de saúde, também podem ser fatores que atrapalham o bom andamento da campanha em regiões isoladas.
A corrida pela vacina começou a ser ganha, mas não devemos esquecer da corrida contra a desigualdade social que assola nosso país.
Garantir que ao fim da campanha de vacinação TODOS os brasileiros e brasileiras sejam vacinados é essencial para vencermos a pandemia e JUNTOS superarmos esse realidade.
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