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NOTÍCIA

30 de junho

Perda na distribuição de água tratada é entrave para abastecimento

Você acredita que seria possível abastecer 30% da população brasileira, durante um ano, só com a água que é perdida pelo sistema de abastecimento entre as estações de tratamento até a casa das pessoas?

 

Pois é, o índice é bastante preocupante! Ainda mais porque existem regiões do Brasil que não têm um acesso adequado aos serviços de saneamento básico.

 

Veja os dados.

Inacreditavelmente, por ano, o Brasil perde água tratada suficiente para abastecer mais de 63 milhões de brasileiros. Para se ter uma ideia da quantidade, a perda é equivalente a 7,5 mil piscinas olímpicas ou sete vezes o volume do Sistema Cantareira – maior conjunto de reservatórios para abastecimento do Estado de São Paulo.

 

De acordo com o estudo “Perdas de Água Potável: Desafios para a Disponibilidade Hídrica e o Avanço da Eficiência do Saneamento Básico” realizado pelo Instituto Trata Brasil, a perda de água na distribuição nos municípios brasileiros chega a 38,4 % do volume total.  Segundo o instituto, as causas são diversas, tais como: vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados.

 

Matéria publicada pelo site G1, por ocasião da divulgação do estudo, revela que, desde 2015, o Brasil registrou piora em relação à perda de água com um aumento de 2,5 pontos percentuais. As regiões que registram as maiores perdas são Norte (55,2%) e Nordeste (45,7%). Em seguida, estão Sul (37,5%), Sudeste (36,1%) e Centro-Oeste (34,4%).

 

A reportagem comparou o desperdício entre dez países da América Latina. No ranking, o Brasil ocupa a 5ª posição. Apesar de ficar na metade da lista, o desperdício brasileiro – que é de aproximadamente 40% quando se utiliza a métrica para comparar países – fica mais próximo do valor do país com pior avaliação, que é a Colômbia com 46%, do que do melhor ranqueado (o Chile, com 31%).

 

O estudo do Trata Brasil explica que o desperdício traz impactos negativos ao meio ambiente, à receita e aos custos de produção das empresas, onerando o sistema como um todo, e, em última instância, afetando a todos os usuários. O levantamento ainda estima que se o país reduzisse as perdas de água poderia ter um benefício líquido de mais de R$ 27 milhões em 15 anos — até 2034.

 

Para a organização, o nível de perdas de água constitui um índice relevante para medir a eficiência dos prestadores de serviço em atividades como distribuição, planejamento, investimentos e manutenção. Deste modo, faz-se necessária a implementação de planos e ações efetivas focadas na redução das perdas, que torna-se ainda maior com os recorrentes déficits hídricos em diferentes regiões.

 

Leia também:
+ Seca no sertão: o periodo do B-R-O bró
+ A falta de água no nordeste

 

O que causa esse desperdício tão grande?

 

Segundo a Sabesp – empresa de economia mista presente em mais de 370 municípios paulistas na distribuição de água, coleta e tratamento dos esgotos – basicamente, as perdas de água nos sistemas de abastecimento correspondem à diferença entre o volume total de água produzido nas estações de tratamento e a soma dos volumes medidos nos hidrômetros instalados nos imóveis dos clientes.

 

As perdas trazem prejuízos para toda a sociedade, deixando de beneficiar muitas pessoas com grande quantidade de produto bom para o consumo, cujo sistema de abastecimento previu investimentos como insumos para tratamento, consumo de energia para bombas e outros maquinários, hora de trabalho do pessoal envolvido e outros.

 

Na maioria das vezes, como mencionamos anteriormente, as perdas são causadas por vazamentos na rede de distribuição devido a equipamentos ou tubulações muito antigos, ligações clandestinas e irregulares, ou ainda por falhas de leitura ou leituras imprecisas, resultantes de hidrômetros muito antigos.

 

Ainda segundo a Sabesp, existem duas situações de perda de água:

 

1 – Perdas físicas ou reais.

Essas são caracterizadas por volumes de água que se perderam durante o percurso entre as estações de tratamento de água até os usuários do sistema por vazamentos que ocorrem, principalmente, devido ao desgaste das tubulações. O que prejudica o combate a essas perdas é que, muitas vezes, os vazamentos não são visíveis, dependendo do uso de equipamentos que realizam varreduras subterrâneas nas redes.

 

2 – Perdas não físicas ou aparentes.

Tem muita água que é consumida, mas os volumes não são contabilizados pela empresa de distribuição, principalmente devido às irregularidades, tais como fraudes e ligações clandestinas (“gatos”) e à submedição dos hidrômetros. A parcela de perdas não físicas representa principalmente perda de faturamento da companhia de saneamento, não equivalendo à perda física da água.

 

De acordo com a Sabesp, para reduzir o índice de perdas e colaborar com a economia e com o meio ambiente devem ser adotadas estratégias que unam ações para a melhoria da gestão e técnicas (ampliação da infraestrutura) que permitam quebrar os paradigmas em relação às dificuldades comumente apontadas pelas empresas de saneamento básico.

 

Não existe “perda zero” nos sistemas de abastecimento por meio de redes de distribuição. Por melhor que seja a infraestrutura, a operação e a manutenção do sistema de abastecimento, ele está sujeito a perdas de água.  Porém, reduzindo as perdas, todos ganham: sociedade, empresa de saneamento e natureza.

 

 

Como o projeto Mais Água contribui com o sertão do Brasil?

 

Para reduzir as vulnerabilidades no que diz respeito ao acesso à água no Sertão, o Projeto Mais Água do Instituto Livres é uma solução social humanitária economicamente viável.

 

Tem como principal objetivo viabilizar soluções hídricas em municípios e comunidades rurais do polígono das secas, região do sertão que mais sofre com os longos períodos de estiagem, onde a população não tem acesso à água potável.

 

Como variabilidade climática na região do semiárido deve aumentar, acentuando a ocorrência de eventos extremos (estiagens mais severas) com consequências diretas na disponibilidade hídrica, o Mais Água promove o acesso à água potável e o uso sustentável da água de forma plena.

 

Devido à escassez de recursos na região, o projeto teve de ser desenhado de forma a ser o mais econômico, justo e eficaz possível, constituindo uma forma de sistema com perdas aproximadas de “zero”.

 

No combate à falta de água no sertão, o Mais Água explora soluções sociais de diversa formas, tais como:

 

  • Sistema Dessalinizador
  • Limpeza e manutenção de barragens já existentes
  • Construção de barragens subterrâneas
  • Perfuração de poços artesianos
  • Fornecimento de água a partir de caminhão “pipa” para comunidades onde não há viabilidade para as soluções acima
  • Outras soluções inovadoras aderentes ao propósito

 

É o esforço conjunto que organizações, sociedade e governos devem fazer para matar a sede da população e combater perdas como as mencionadas aqui. Hoje, no sertão, o Mais Água – projeto que é desenvolvido por meio de investimentos de parceiros e investidores sociais, atende a mais de 3.700 famílias, atingido cerca de 18.500 pessoas em 53 comunidades do Piauí.

 

São mais de 60 milhões de litros de água potável que foram distribuídos.

 

Você pode fazer sua parte ajudando a investir em programas como esse. Veja como.


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