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NOTÍCIA

18 de março

Seu dente e sua classe social estão conectados

Você já parou para pensar que seu dente e sua classe social possuem uma relação extremamente próxima? Se você ficou confuso ou curioso, não se preocupe, iremos te explicar melhor. Para isso, nos baseamos, em alguns momentos, em uma reportagem produzida pela Rosana Pinheiro Machado para o portal online do veículo jornalístico The Intercept_Brasil.

 

Durante o período que Portugal estava colonizando o recém-descoberto Brasil, uma das primeiras culturas exploradas para produzir riqueza utilizando a terra do nosso país foi a cana-de-açúcar. Os grandes canaviais e a circulação da cana-de-açúcar fizeram com que as cáries encontrassem um cenário perfeito para se desenvolver nas bocas dos cidadãos em terras tupiniquins.

Quando o açúcar se torna um produto mais economicamente acessível para todos, a cárie toma proporções globais. Desde então, os motivos para o desenvolvimento de problemas relacionados à saúde bucal apenas se diversificaram e deixaram de ser apenas o açúcar.

 

Uma vez contado um pouco sobre uma das origens dos problemas na saúde bucal, podemos explicar o motivo desses problemas perdurarem e multiplicarem até os dias atuais.

 

Na apuração de sua reportagem, Rosane chegou à conclusão de que: “O Brasil é o país com a maior quantidade de dentistas, mas ao mesmo tempo, também é um dos países com maior quantidade de pessoas banguelas”.

A Pesquisa Nacional de Saúde de 2013 estimou que, a cada dez pessoas, quatro perderam/perderão todos seus dentes depois dos 60 anos de idade.  

Essa incongruência entre os dados (país com mais dentistas e país com mais banguelas) existe, porque há um abismo entre as classes sociais no Brasil. Para entender a relação entre seu dente e sua classe social, se faz necessário compreender, inicialmente, a realidade da extrema pobreza no Brasil.

A pobreza é um fator multidimensional, constituído pela combinação da renda, do acesso à educação e à saúde, do acesso a recursos e mesmo à cidadania.  A crise da saúde bucal é um exemplo concreto da pobreza, pois não resulta apenas do excesso do consumo de açúcar, mas sim, e principalmente, da falência dos fatores já citados. A falta de condição financeira para ter acesso a tratamentos imediatos, dificuldade de acesso aos serviços públicos essenciais e falta de informações sobre cuidados odontológicos, levam a população pobre até a perda total de seus dentes.

 

Tratamento odontológico é caro e faz da população pobre a detentora das maiores taxas de doenças bucais. Por mais que o Sistema Único de Saúde (SUS) ofereça esses serviços para pessoas de qualquer classe social, universidades e organizações filantrópicas realizem projetos de atendimento gratuito ou mais baratos, essas ações conseguem alcançar apenas 30% da população mais necessitada e as filas de espera são longas.  

 

Sobre a realidade do SUS, já trouxemos uma noticia muito importante que vale à pena você conferir. Para ter acesso CLIQUE AQUI!

 

A pobreza é dura e a falta de recurso leva pessoas a agirem de formas não recomendadas por profissionais. Acredite se quiser, mas existem famílias numerosas que possuem apenas uma ou duas escovas de dentre e precisam dividi-las entre todos os membros. É um cenário extremo! Sabemos que a escova de dentes é de uso pessoal, mas você se lembra que comentamos sobre a falta de informações sobre cuidados odontológicos?

 

Como se já não fossem suficientes as dores, problemas físicos, mastigação ruim e alimentação limitada, a falta de dentes deflagra problemas relacionados à autoestima e confiança pois afeta diretamente o sorriso das pessoas.

 

Algumas ações governamentais já foram tomadas para tentar diminuir esse impacto de saúde sanitária. A fluoretação das águas de abastecimento público, por exemplo, já foi capaz de diminuir em cerca de 60% a ocorrência de cáries, mas ainda há muito a ser feito.

 

O LIVRES tem um trabalho muito forte nessa área no sertão piauiense. Em nossas edições do Impacto Sertão Livre, voluntários de todas as áreas se reúnem para atender às necessidades dos povoados e comunidades. Os profissionais da Odonto têm um grande desafio pela frente e uma demanda enorme! Pela precariedade dos serviços nas localidades ou mesmo a inexistência, quando nossos voluntários ‘amarelinhos’ chegam lá, é um alvoroço!

Todos querem passar pelo dentista e uma multidão quer arrancar os dentes! Já pensou isso? Eles não querem sofrer com as dores e querem, se fosse possível, tirar todos os dentes. Nossas equipes promovem palestras educacionais tanto para adultos quanto para todas as crianças, entregamos escovas e pastas de dente, fio dental, flúor e livrinhos ilustrativos com intuito de promover uma melhoria na condição de vida dessas pessoas.

 

Nossas equipes também assistem à população com cirurgias, tratamentos, dentes novos e medicação, tudo que estiver ao nosso alcance. Muitos dos voluntários levam seus instrumentais e até materiais de odonto específicos. E temos também alguns parceiros estratégicos que realizam a missão conosco e não poderíamos deixar de citá-los.

Atendimento Odonto nos povoados

Tanto a Condor quanto a Colgate já nos cederam muitos kits para distribuição às crianças e adultos e temos a parceria com o Instituto Água Viva, que nos empresta a Van Odontológica para que nossa equipe possa realizar os atendimentos e cirurgias mais complexas! Mas não ache que é mamata, não.. Os voluntários são tão dedicados que eles arrumam macas, cadeiras especiais e atendem onde for, até debaixo da árvore, afinal, o que importa mesmo, é fazer o bem!

 

Bom, mas voltando ao nosso conteúdo, entendeu um pouco mais sobre a relação de seu dente e sua classe social?

 

Você sabe algo que pode ser feito para reverter essa injusta realidade da saúde bucal?


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