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08 de abril
Preparando um lugar para o Agora
Preparando um lugar para o Agora
Estamos convictos que estamos preparando um lugar para o agora para as dezenas de crianças e adolescentes que, de outra forma, não teriam uma oportunidade e viver e vivenciar um lar seguro, um ambiente de família, onde uma nova esperança desponta…
Sabemos e cremos que as palavras são poderosas… O teórico Duarte Júnior afirma em seu texto “Por que arte-educação?” que as palavras transformam realidades. E, no ano de 2009, algumas coisas foram mudadas na lei que trata dos serviços de proteção à criança e ao adolescente. A palavra “abrigo”, legalmente foi alterada para o que hoje chamamos de “Casa de Acolhimento”.
E o que isso muda na realidade? Mais uma vez recorremos às palavras para nos auxiliar: “abrigo” refere-se a um lugar que dá abrigada, como alguém que se protege da chuva. Por outro lado, “acolhimento” refere-se a um abrigo em que haja uma consideração quanto ao modo de recepcionar havendo amparo e proteção, ou seja, não é apenas a proteção estrutural; envolve receber um agasalho, uma bebida quente, um aconchego onde se ouve “você está bem?” com a intenção de realmente ouvir a resposta.
O objetivo do acolhimento é proteger a criança e o adolescente que se encontram em situação de risco e por algum motivo foi necessário afastá-los do convívio familiar. O espaço da Casa de Acolhimento deve se aproximar de uma
realidade de casa, um ambiente familiar. Na mudança da nomenclatura, há o desejo de transformar o atendimento dos atendidos e o olhar da sociedade para eles, não com preconceito, mas com compaixão, aceitação, como cidadãos de direitos, e que precisam ser acolhidos em amor.
Uma das características que definem o acolhimento institucional integral de alta complexidade é a quantidade de
atendidos no local, que não deve passar de 20 pessoas por residência. As Casas também não podem se distanciar muito do ponto de vista geográfico e socioeconômico da comunidade de origem da criança e adolescente.
Às crianças que possuem nível de parentesco, é recomendado que permaneçam unidas, e que haja convívio pessoal com elas, distante da ideia de institucionalização. No ambiente é importante a promoção de hábitos e atitudes que incentivem a autonomia e exercite a interação social mútua, a rotina oferecida assim como todo o contexto deve ser familiar, e proporcionar um vínculo estável entre educador/cuidador, profissional que mora na casa, e a criança ou adolescente.
Vale ressaltar que o ambiente deve ser sem placas para evitar a exposição dos acolhidos e fazê-los ganhar rótulos diante da sociedade. Por último, mas não menos importante, deve-se lembrar que deve haver um oferecimento de oportunidades para reinserção da criança e do adolescente em sua família de origem ou em uma substituta, no caso da adoção.
Desse modo, o acolhimento LIVRE SER busca oferecer um ambiente seguro para que nossos 40 adolescentes e crianças desenvolvam o seu futuro sem medo ou inseguranças, cheios de esperança e tendo consciência de suas capacidades – bases solidificadas anteriormente através do amor no acolhimento, assim como Cristo fez conosco.
O acolhimento é um projeto de investimentos robustos devido à sua complexidade e legislação que exigem um numero elevado de profissionais dedicados aos cuidados com as crianças a fim de que possam ter suas vidas restauradas e transformadas. Nos ajude a continuar esse lindo trabalho! Seja um doador!
Por Nicole de Antunes, voluntária.
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