O que eu vi no sertão…

Sabe o que a voluntária Esther Grazis viu no sertão? Confira neste post!

Eu sabia que o Sertão iria provocar alguma coisa em mim, eu sabia que Deus tinha marcado um encontro comigo lá, eu sabia que eu veria os seus olhos e que era lá que eu entenderia algumas coisas. Tem duas ou três pessoas esperando esse texto e eu não pretendo decepciona-los, meus amigos. O que eu esperava que acontecesse era aqui dentro dessa cabeça, eu sabia naquele solo seco e sofrido, Deus selaria no meu coração a minha missão nessa terra.

E foi lá, no outro extremo do país, que eu vi Deus. Eu vi o Rei e o seu reino, eu vi pastores e garotos convertidos a um ou dois anos vestindo o mesmo colete amarelo sujo e suado, eu vi velhos e jovens cantando as mesmas músicas e dividindo as mesmas mesas, eu vi donos de instagrams com vários K de seguidores sorrindo com quem não se importa em ter um feed bonito, eu vi famílias completas orando de mãos dadas com aqueles que estavam lá sozinhos. Não tinha hierarquia, não tinha bajulação disfarçado de princípio de honra, não tinha pedestal mais alto pra quem é mais importante, todo mundo caminhava, suava, dividia a garrafa de água, suportava o estresse e cooperava um com o outro.

Eu vi Deus nas mãos que batiam de porta em porta e que não desistiram por aquelas que não se abriram. Eu vi pessoas nos recebendo com resistência e depois de alguns minutos de conversa chorando pra que ficássemos, eu vi pessoas sendo curadas com um sorriso, eu vi pessoas ouvirem um “Deus te ama”, mas eu vi os seus olhos brilharem mais com um “eu te amo”, eu vi Jesus nos colocando debaixo de uma árvore pra que alguém viesse até nós de dentro de um bar, e então eu vi alguém que foi ferido pela igreja com quinze anos pela sua cor ouvir “hoje, em nome da igreja, eu quero te pedir perdão” com 40 anos, eu pude estar concentrada nos seus olhos quando ele ouviu isso, e aí eu vi Deus.

Eu vi Deus curar depressão, eu vi Deus sorrir pra pessoas, eu vi Deus amar. Eu vi Jesus Cristo no céu nordestino, Picos nunca mais será a mesma, eu nunca mais serei a mesma. Nos dez dias de #impactosertaolivre2019 eu vi o bom pastor, que move as 99 em busca da pequena ovelha perdida.