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NOTÍCIA

17 de julho

Juliano Son fala do desafio do trabalho social desenvolvido no sertão

Entrevistado:
Juliano Son

1.Como o Instituto Livre Ser nasceu?

O Instituto Livre Ser nasceu depois de um longo período de gestação, de 5 a 6 anos para ser mais exato, e a sua concepção coincide com o período do meu novo nascimento. Sem entender muito bem a razão, eu dizia que trabalharia com crianças em situação de vulnerabilidade. Esse desejo/convicção me acompanhou durante os meus primeiros anos em Cristo até que, em 2005, eu fui levado a passar 3 meses em Moçambique, país ao sul do continente africano, onde vivi uma experiência transformadora junto a uma missão que cuidava na época de mais de 4 mil órfãos. “Sempre haverá o bastante” havia sido a promessa dada pelo Senhor a esses missionários e eu presenciei o acolhimento de mais alguns órfãos em minha estada. Isso tudo, além do testemunho em um pequeno livro de George Muller, me levou a ousar iniciar um trabalho sem recursos ou experiência, mas com a forte convicção de que o Senhor amaria aquelas crianças mais do que nós haveríamos de amar. Então, em 2006, junto com outros amigos, fundamos o Instituto Livre Ser e na sequência, passamos a acolher e a proteger crianças e adolescentes vítimas da violência social em São Paulo, capital paulista.

2.Qual o objetivo do Instituto?

O Instituto é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, com propósito de ser um agente efetivo para o alcance de uma sociedade transformada. Para isso, promovemos ações, programas e projetos que cooperam com melhorias sustentáveis nas condições de vida de pessoas e comunidades em situação de risco e baixos níveis de condição socioeconômica.

Atualmente, desenvolvemos soluções sociais em prol da criança e do adolescente, acolhendo, protegendo e cuidando daqueles que sofreram alguma violação dos seus direitos; viabilizamos soluções, por meio do Projeto Mais Água, que permitem o acesso à água potável em comunidades que sofrem com a seca e/ou são privadas do acesso à mesma; e realizamos o trabalho de alcançar os não-alcançados em comunidades do sertão, onde é baixo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), levando grupos de voluntários, a cada seis meses, para atuarem nessas comunidades compartilhando do amor, da Palavra e da Esperança através de visitas às casas, atividades recreativas e psicopedagógicas com as crianças, atendimentos na área de saúde diversos, suporte com medicação gratuita, cultos de celebração nas praças das cidades, apoio a missionários locais e construção e doação de espaços sociais e de culto para que os missionários locais possam continuar o trabalho de evangelização nas comunidades por onde o Impacto Sertão Livre e o Mais Água passam.

3.Hoje, quais são os maiores desafios enfrentados e como as pessoas podem ajudar a solucionar estes desafios?

Os desafios realmente são muitos. A capilaridade de atendimento do Instituto cresceu bastante e, para alcançarmos mais pessoas com os benefícios dos projetos precisamos de recursos humanos e financeiros. Todos os projetos são suportados por doações de pessoas que se identificam com a causa e se engajam para ajudar. Nas comunidades que recebem o Impacto, temos o desafio de encontrar casais missionários dispostos a viver no sertão e cuidar daquelas pessoas, de mais missionários para apoia-los no trabalho local, de auxiliar as famílias em suas necessidades. Outro desafio são os recursos para que os missionários possam trabalhar com as comunidades, como, por exemplo, instrumentos esportivos e musicais para o desenvolvimento de oficinas.

No Centro de Acolhimento, o desafio é diário. Nosso papel ali é transformar a vida daquelas crianças, resgatando sua dignidade, recuperando sua autoestima, contribuindo para a formação de um caráter moral e ético saudável.

4. Conte alguma história relacionada ao projeto que serve de estímulo para que continuem essa caminhada solidária?

As histórias são muitas! Alguns fatos que me impressionaram e me comoveram muito aconteceram no sertão, quando fomos a algumas comunidades para a instalação dos sistemas dessalinizadores. As pessoas choraram quando, pela primeira vez na vida, tinham visto água limpa, água potável, ideal para o consumo… Até então, a única água que elas conheciam era de cor bem marrom avermelhada, suja, água salgada… vi a tristeza se transformar em alegria, o pranto em riso, como na passagem de Salmos 30.

Ser um agente efetivo de mudanças na vida de outras pessoas, ser um sinal visível do amor de Deus para outros é o maior e melhor estímulo para continuarmos nessa caminhada.

5. Quais são os maiores sonhos do Instituto?

Queremos ver, ainda em nossa geração, um sertão transformado. Creio que no Sermão do Monte, especialmente na fala da oração do “Pai nosso”, o Senhor nos revelou traços do Reino de Deus e um desses traços diz respeito à realidade do pão, ou seja, aquilo que é indispensável para a manutenção da integridade do homem. Por onde o Reino de Deus passa, a fome e a morte deixam de ser uma realidade local.

Queremos ver, ainda em nossa geração, um Brasil livre da sede. E, para isso, mais do que as ações interventivas por meio do Projeto Mais Água, vamos precisar do apoio da comunidade para que outros desdobramentos em favor dessa nova realidade possam acontecer.

Queremos ver, ainda em nossa geração, uma sociedade que não é conivente – por meio do seu silêncio e falta de ação – à realidade de crianças que são violentadas de formas tão tenebrosas que seria constrangedor compartilhar histórias em ambientes como este.

6. O que diria para aqueles que já são parceiros?

Diria que eles são essenciais, fundamentais para que cada uma das 40.350 pessoas, até hoje, tenham sido beneficiadas pelo carinho do Senhor. Nossos parceiros sustentam essa obra. Somos seus braços físicos no campo. Por causa da disponibilidade do coração deles em nos apoiar, muitas vidas têm sido resgatadas e transformadas. Deus os retribua 100 vezes mais.

7. E quem deseja contribuir, qual é a orientação?

As pessoas podem nos auxiliar pelo cadastro no Vai Valer a Pena, onde a pessoa se cadastra como um doador recorrente com o valor e período que desejar. Elas podem, também, auxiliar com doações em depósito. Algumas pessoas têm nos ajudado doando serviços afins ao nosso propósito e melhoria de nossa estrutura. E as empresas podem nos ajudar doando 2% do seu lucro operacional, deduzido do Imposto de Renda, ou patrocinando diretamente os projetos, doando parte da venda de algum de seus produtos para o Instituto, através de parcerias para aderência de metodologias de trabalho… São muitas as oportunidades. Nossa equipe está à disposição para auxiliar os interessados quanto à melhor opção para o seu perfil.

8. Deixe uma mensagem para as pessoas que sonham em criar um projeto social, instituto, ong.

Toda missão nasce de uma necessidade, de uma necessidade alheia, de uma necessidade do próximo. A missão de Cristo nasceu de uma necessidade, da nossa necessidade. Se existe uma necessidade que te faz perder o sono, que te leva a orar e a clamar de maneira constante, talvez isso seja um indicador de que você foi separado(a) para iniciar uma grande jornada de fé.

Lembre-se, Ele é o maior interessado em sanar as dores do mundo, mas isso Ele fará somente em parceria, somente se pessoas como você disserem: “SIM”.
Diga: “SIM”. VAI VALER A PENA!!


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