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NOTÍCIA

25 de novembro

Saúde mental e emocional: como alcançar qualidade de vida?

A saúde mental é uma dimensão fundamental da nossa qualidade de vida, especialmente no contexto atual, em que o impacto da pandemia de Covid-19 ainda se faz sentir em diversas esferas da sociedade. Um relatório do Global Mind Project aponta que o Brasil é um dos países mais afetados no que diz respeito ao bem-estar emocional, ao lado da África do Sul e do Reino Unido como uma das nações com menor pontuação neste quesito. Esse cenário coloca em evidência a importância de compreender e fortalecer a saúde mental como um caminho para alcançar uma vida equilibrada e satisfatória.

Neste artigo, vamos discutir a relação entre saúde mental e qualidade de vida, explorar os pilares que sustentam um bem-estar mental saudável, entender como a saúde emocional impacta diversas áreas da vida e compartilhar dicas práticas para cuidar desse aspecto tão importante. Além disso, abordaremos os desafios de se conquistar saúde mental diante de uma baixa qualidade de vida, como acontece no sertão brasileiro, e o papel crucial das atividades sociais promovidas por instituições governamentais e do terceiro setor ao oferecer atividades de suporte psicológico em regiões com pouco acesso a esse tipo de serviço.

Qual a relação entre saúde mental e qualidade de vida?

A saúde mental está diretamente ligada à qualidade de vida, pois influencia como enfrentamos as dificuldades cotidianas, como tomamos decisões e até a forma como vivenciamos nossos relacionamentos. Saúde mental, nesse contexto, não é apenas a ausência de doenças mentais, mas sim um estado de equilíbrio em que conseguimos lidar com nossas emoções, nos adaptarmos a mudanças, e cultivar uma perspectiva positiva.

Dados do Global Mind Project mostram que, globalmente, o bem-estar mental permanece nos mesmos níveis críticos desde a pandemia. Enquanto países como República Dominicana, Sri Lanka e Tanzânia apresentam as melhores pontuações, o Brasil figura entre os países com os piores resultados, onde mais de um terço dos entrevistados relatam sentimentos de angústia. No caso dos jovens brasileiros com menos de 35 anos, esse índice é ainda mais elevado, refletindo uma realidade em que muitos enfrentam desafios emocionais que comprometem sua qualidade de vida.

Esse estado emocional frágil dificulta a capacidade de desenvolver relacionamentos saudáveis, manter uma boa produtividade e aproveitar os pequenos prazeres do dia a dia. Por isso, a promoção da saúde mental é essencial para que as pessoas possam alcançar um bem-estar integral e uma vida equilibrada, ainda que desafios e dificuldades façam parte desse processo.

Quais são os 3 pilares da saúde mental?

A saúde mental pode ser sustentada por três pilares fundamentais que, juntos, contribuem para um estado de bem-estar emocional e uma qualidade de vida plena:

  1. Bem-estar emocional – Esse pilar refere-se à capacidade de identificar, aceitar e lidar com as emoções de forma equilibrada. Ter um bom bem-estar emocional significa saber lidar com o estresse e a ansiedade e conseguir ajustar as respostas emocionais às circunstâncias. Pessoas com esse pilar fortalecido geralmente enfrentam melhor os desafios e conseguem manter uma perspectiva positiva, mesmo diante de adversidades.
  2. Relacionamentos sociais – Conexões saudáveis com outras pessoas são um dos fatores mais importantes para a saúde mental. Laços familiares, amizades e até mesmo a participação em comunidades de apoio oferecem o suporte necessário para enfrentar momentos difíceis, compartilhando experiências e buscando reciprocidade. Estudos indicam que pessoas com fortes conexões sociais apresentam menores índices de ansiedade e depressão e se sentem mais satisfeitas e felizes.
  3. Equilíbrio e propósito – Encontrar um equilíbrio entre as atividades da vida diária e estabelecer um propósito de vida são aspectos que impactam diretamente o bem-estar. Ter objetivos claros e um senso de propósito ajuda a dar sentido às nossas ações e a enfrentar desafios com mais resiliência. Esse pilar inclui a necessidade de manter uma rotina equilibrada, que reserve espaço tanto para as responsabilidades como para o autocuidado e o lazer.

Esses pilares devem estar em constante ajuste, uma vez que o equilíbrio entre eles varia conforme as circunstâncias da vida. Porém, manter esses três elementos em harmonia é essencial para preservar a saúde mental e promover uma vida mais completa e satisfatória.

Como a saúde mental afeta a vida?

A saúde mental é um fator decisivo em todas as áreas da vida. Ela afeta desde a produtividade e a capacidade de se concentrar no trabalho até a qualidade dos relacionamentos e o bem-estar físico. Uma pessoa com saúde mental equilibrada tem mais facilidade em resolver problemas e manter hábitos saudáveis.

Por outro lado, quando a saúde mental está comprometida, surgem consequências como a diminuição da autoestima, o aumento de problemas emocionais e físicos, e até o isolamento social. O Global Mind Project revelou que 27% das pessoas ao redor do mundo relatam estar “angustiadas” e “se debatendo”, enquanto no Brasil esse índice chega a 34%. Isso reflete uma realidade em que muitas pessoas sentem dificuldades em lidar com as pressões diárias, o que impacta diretamente sua qualidade de vida.

Além disso, a saúde mental afeta o corpo físico, visto que distúrbios emocionais aumentam o risco de problemas como hipertensão, insônia, baixa imunidade e dores crônicas. Para muitos, o suporte psicológico é fundamental para melhorar o bem-estar e prevenir que esses problemas se agravem ao longo do tempo.

O que é ter uma qualidade de vida?

Ter qualidade de vida é experimentar uma sensação de equilíbrio entre o corpo e a mente, onde a saúde física, emocional e social estão em harmonia. Esse conceito envolve mais do que apenas a ausência de doenças: significa ter acesso a atividades e condições que promovam um estado de bem-estar. É sentir-se realizado no trabalho, desfrutar de bons relacionamentos, ter tempo para o lazer e viver de maneira que se sinta seguro e satisfeito.

Na prática, qualidade de vida é o reflexo de escolhas saudáveis que resultam em um estilo de vida que favorece tanto a saúde física quanto a mental. Em um contexto de pós-pandemia, esse equilíbrio se tornou um desafio para muitas pessoas, que precisam aprender a cuidar de sua saúde mental em um ambiente de incertezas e constantes mudanças.

Dicas de como ter saúde mental e qualidade de vida

Manter a saúde mental em equilíbrio exige cuidados e atenção no dia a dia. Aqui estão algumas dicas práticas para cultivar um estilo de vida que promova o bem-estar emocional e físico:

  1. Estabeleça uma rotina equilibrada – Organize horários para trabalho, descanso e lazer. A rotina oferece uma estrutura que contribui para a estabilidade emocional, reduzindo o estresse e melhorando a produtividade.
  2. Fortaleça seus relacionamentos – Dedique tempo para estar com familiares e amigos que proporcionem um ambiente de acolhimento e apoio. Laços sociais fortalecem a resiliência emocional e ajudam a enfrentar os desafios com mais leveza.
  3. Cuide da saúde física – Praticar atividades físicas, ter uma alimentação balanceada e dormir bem impactam positivamente o bem-estar mental. O corpo e a mente estão interligados e se influenciam mutuamente.
  4. Pratique o autocuidado – Separe momentos para fazer atividades que lhe tragam prazer e relaxamento, como ler, meditar ou caminhar. Esse tempo ajuda a recarregar as energias e a aliviar o estresse.
  5. Desenvolva a inteligência emocional – Aprenda a identificar e lidar com as próprias emoções. Em situações de ansiedade ou tristeza, compartilhar com alguém de confiança ou buscar ajuda profissional pode ser essencial.
  6. Procure ajuda profissional quando necessário – Psicólogos e terapeutas podem ajudar a entender e a lidar com sentimentos e situações difíceis. O suporte profissional oferece uma nova perspectiva e auxilia na construção de estratégias de enfrentamento.

Qualidade de vida e saúde mental no sertão brasileiro: uma realidade de desafios

A vida no sertão do Piauí é marcada por uma série de desafios socioeconômicos e ambientais que impactam a qualidade de vida e a saúde mental da população. O estado registrou uma taxa de suicídio de 11,83% em relação ao total de óbitos em 2021, o segundo maior índice do país, ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul. Esse dado faz parte de um boletim epidemiológico sobre suicídios e lesões autoprovocadas divulgado pelo Ministério da Saúde, que apontou um aumento de 66,7% na taxa de suicídio no Piauí nos últimos 11 anos. Entre 2019 e 2021, durante a pandemia de covid-19, o aumento foi de 11,9%, com o índice de suicídios se mantendo acima da média nacional, que variou entre 6,65% e 7,45% no mesmo período.

O clima no sertão agrava as condições de vida, com temperaturas extremas que frequentemente ultrapassam os 40ºC e dificultam a saúde e o dia a dia da população. A falta de acesso à água potável intensifica esse cenário. Secas prolongadas são comuns, dificultando a agricultura e a criação de animais, que são uma das poucas fontes de sustento para muitas famílias sertanejas.

Leia mais em: Clima do sertão: conhecendo melhor o sertão nordestino – Instituto Livres

A precariedade no acesso a serviços básicos de saúde contribui para as dificuldades enfrentadas pela população. O Piauí possui aproximadamente dois médicos para cada mil habitantes, segundo levantamento do Conselho Federal de Medicina, que registrou 6.399 profissionais ativos no estado. Embora esse número represente um aumento de quase 22% em relação a 2020, a distribuição ainda é insuficiente para atender as regiões mais remotas do sertão.

O desemprego e a falta de oportunidades tornam-se realidades severas no sertão. Sem perspectivas de trabalho, muitas famílias dependem da agricultura de subsistência ou de programas assistenciais para sobreviver, o que acentua o ciclo de vulnerabilidade e pobreza na região. A desnutrição infantil é uma consequência direta dessa situação. De acordo com a Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos (Sasc), 13.024 crianças entre zero e seis anos estão desnutridas no Piauí, refletindo a escassez de recursos e os desafios de acesso a uma alimentação adequada.

O papel das instituições na promoção de qualidade de vida e saúde mental

Instituições governamentais e organizações do terceiro setor desempenham um papel fundamental ao oferecer suporte psicológico e atividades de promoção do bem-estar em comunidades que enfrentam barreiras ao acesso a esses recursos. Programas que visam melhorar a qualidade de vida nessas áreas oferecem atendimentos psicológicos e ações educativas e de conscientização sobre a importância da saúde mental, possibilitando um apoio contínuo e acessível em regiões vulneráveis. 

Bônus: Como o Instituto Livres atua na melhoria da saúde mental no sertão

O Instituto Livres tem um compromisso com a promoção da saúde mental e emocional em suas atividades no sertão, especialmente nas comunidades que enfrentam condições sociais e econômicas adversas. Sabemos que o apoio emocional é fundamental para as pessoas se desenvolverem e lidarem com os desafios do dia a dia. Por isso, incorporamos o suporte psicológico em nossos projetos.

Durante o Impacto Livres, psicólogos realizam atendimentos gratuitos nas cidades por onde o instituto passa, oferecendo apoio a pessoas que enfrentam desafios emocionais e sociais. Esse atendimento é muitas vezes o primeiro contato dessas comunidades com profissionais da área, proporcionando a oportunidade de receber orientação e suporte para enfrentar questões emocionais.

Além disso, no projeto Livre Ser, que foca nas crianças, buscamos trabalhar o reconhecimento e a expressão de sentimentos, capacitando os pequenos a lidar com suas emoções de maneira saudável. Em setembro, um mês dedicado à conscientização sobre a saúde mental, trouxemos uma psicóloga para conversar com as crianças sobre emoções, ajudando-as a identificar e compreender seus sentimentos.

As ações do Instituto Livres no sertão refletem um compromisso com o desenvolvimento emocional das comunidades, oferecendo suporte e conhecimento em regiões onde esses recursos são limitados. Dessa forma, o instituto contribui para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, promovendo uma cultura de saúde mental e bem-estar emocional.

Conheça mais sobre os nossos projetos.


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