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NOTÍCIA

03 de maio

Liderança feminina em projetos sociais  

Mesmo com dificuldades e nós a serem desatados, a liderança feminina já é perceptível e se destaca em alguns setores.

 

No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 8,5 milhões de mulheres saíram do mercado de trabalho com a pandemia. E nesse cenário de desemprego e extrema vulnerabilidade socioeconômica, temos 11,5 milhões de mães solo que se tornaram mais expostas ao risco da insegurança alimentar e do desamparo das políticas sociais, cada vez mais escassas. A maioria delas dependendo de doações de movimentos e organizações sociais da sociedade civil.

 

Dados apresentados pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que, apesar do maior envolvimento das mulheres em funções públicas de tomada de decisão, a desigualdade continua: elas ocupam cerca de apenas 21% dos cargos ministeriais em todo o mundo.

 

De acordo com o Mapa da Desigualdade (2020), as mulheres são a maioria no Brasil (51,29%). Apesar de representarem a maioria da população, as mulheres seguem expostas à segregação sexual ocupacional e a uma corrida de obstáculos na luta pela garantia de seus direitos. Globalmente, as mulheres compõem 70% da força de trabalho, notadamente no setor de serviços, nas linhas de frente na força de trabalho da saúde e também em serviços de faxineira, limpeza e muitas ainda na informalidade. Muitas delas são chefes de família.

 

Contudo, de acordo com o McKinsey Study, companhias com mais mulheres na liderança veem um resultado operacional 48% maior e uma força de crescimento no faturamento 70% maior. Outro dado, apresentado pela Organização Internacional do Trabalho, mostra que empresas que monitoram o impacto da diversidade de gênero na liderança apontam crescimento de 5% a 20% nos lucros.

 

E por quê? Porque com todos os desafios cotidianos, as mulheres têm se mostrado firmes e provado, cada vez mais, que quando lideram conseguem transformam tudo que está a sua volta. E isso é visto não apenas quando estão em funções públicas, mas também à frente de projetos sociais. As mulheres se destacam quando o assunto é ajudar ao próximo e fazer a diferença.

 

De casa às empresas e nas comunidades, as mulheres se destacam na liderança situacional

 

Um artigo publicado recentemente na Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação aponta que, desde a constituição e administração da família ao trabalho fora de casa, a liderança feminina se destaca. Além de gerir com excelência as relações interpessoais, pela sua sensibilidade aguçada, as mulheres têm a característica singular de profissional multifacetada.

 

Seja trabalho doméstico ou profissional, quando executado pelo talento feminino, este direciona a um caminho promissor com potencial de transformação social e assim o faz, com o seu poder de governança que começou a ser aprimorado no lar e expandiu-se para o ambiente corporativo e para o empreendedorismo de impacto social.

 

A representatividade da liderança feminina corrobora com resultados significativos no desenvolvimento pessoal e socioeconômico, além de articular mecanismos multiplicadores de mudança social, integrados por atuações cooperativas e solidárias que ensejam maior participação popular e democrática.

 

No contexto crescente da economia circular, observa-se a predominância das mulheres, bem como o seu protagonismo e a capacidade de constituir espaços de geração de trabalho e renda a partir das atividades empreendidas ao longo da socialização: cozinhar, limpar, costurar, bordar, fazer artesanato. Essas atividades constituíram-se como pertencentes ao espaço privado ou atividades “tidas como femininas” e são justamente a grande força da Economia Solidária (OLIVEIRA, 2004).

 

Em se tratando de projetos com impacto social, idealizados ou liderados por mulheres, a maioria visa a mitigação dos problemas sociais que ensejam em algum tipo de vulnerabilidade. Saiba mais em uma matéria muito interessante Mulheres brasileiras que se destacaram no empreendedorismo e nos projetos de impacto social.

 

Liderança feminina oferece diferenciais às organizações do terceiro setor

 

A presença das mulheres é marcante no terceiro setor. Das 77 organizações associadas ao GIFE, 51% conta com mulheres em posições de liderança. Nos centros de voluntariado do país, o sexo feminino também representa mais da metade das pessoas que desejam fazer algum trabalho voluntário em prol de uma causa, grupo ou comunidade.

 

“Acreditamos que o grande diferencial que as mulheres trazem para as organizações (do terceiro setor) é o olhar, traduzido pela sua imensa sensibilidade e pela enorme capacidade de se dedicar ao cuidado do outro, à proteção”, afirma o CEO do Instituto Livres, Clever Murilo Pires.

 

Nas ONGS que o Movimento Bem Maior auxilia não é diferente. 57% são geridas por mulheres, que em conjunto colaboram para a transformação social, atuando nas áreas de direitos humanos, saúde, educação, artes, acessibilidade e geração de renda, arte e cultura, meio ambiente e segurança alimentar.

 

Para Carola Matarazzo, diretora-executiva do Movimento Bem Maior, “o papel feminino é estratégico na transmissão de valores às futuras gerações”. A mulher tem o seu lado intuitivo mais latente e isso a leva exercer posições de liderança apegada às causas e menos ao poder.

 

Para exemplificar a força dessas mulheres que se destacam no terceiro setor, trazemos para vocês alguns exemplos de projetos sociais espalhados pelo Brasil, conduzidos e liderados por mulheres. Testemunhos e histórias inspiradoras, que mostram o quanto querer é poder.

 

Exemplos de liderança feminina que efetivamente fazem a diferença. Para você se inspirar!

Eliete Bechi

“Quando saímos da nossa zona de conforto e olhamos para além das quatro paredes, nos damos conta do quanto podemos ser e fazer a diferença na vida de alguém. Fazer projeto social nos remete a mudar o mundo, quando na verdade temos a oportunidade de mudar o mundo de alguém, incluindo o nosso”, afirma Eliete Bechi, que atua em projetos sociais locais no estado de Santa Catarina, onde mora, e no sertão piauiense, onde lidera os trabalhos com as equipes de crianças nas edições do Impacto Sertão Livre.

 

Maíra Mattos

“Ser líder e mulher, em qualquer área, nunca é um papel fácil. Soma-se isso à realidade já conhecida dos Projetos Sociais, que requer de nós, mulheres, um maior empenho em conseguir fazer dar certo. No entanto, saber que o nosso trabalho é de extrema relevância para a transformação social, até suaviza os percalços. A empatia, pluralidade e afeto são nosso diferencial nesse papel. Costumo dizer que sou movida por amor e pela fé. Amor à causa e fé que tudo dará certo”, conta Maíra Mattos, gestora dos projetos do IBHF – Instituto BH Futuro, que atua com crianças e jovens em situação de vulnerabilidade no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte.

 

O IBHF atua no desenvolvimento de oficinas de educação, cultura, lazer, esportes, música e empreendedorismo para crianças e jovens com intuito de promover a mobilidade social, preparando-os para a vida, ensinando valores, ética, cidadania, bem como criando oportunidades de inserção no mercado de trabalho para que possam se tornar protagonistas de suas vidas.

 

Karla Carvalho

“Meu envolvimento com projetos sociais começou dentro do Impacto Sertão Livre. E hoje fico extremamente feliz em doar meus talentos e competências para pessoas em vulnerabilidade social. Fui inspirada por mulheres e, hoje, estar à frente de um projeto e ser uma empreendedora social me faz entender que minha missão maior é inspirar mulheres a serem potencialmente excelentes”, conta Karla Carvalho, fundadora do Instituto Ser Tão Fort.

 

O Ser Tão Fort atua no desenvolvimento de oficinas temáticas na área de artesanato e culinária formando mulheres empreendedoras, com o intuito maior de sua valorização e resgate da autoestima.

 

Rogéria Aguiar

O projeto Bonecas Vida, idealizado por Rogéria Aguiar, surgiu da superação de uma dificuldade pessoal, e hoje o projeto alcança centenas de crianças e mulheres acometidas pelo câncer. O projeto visa levar esperança e bom ânimo para que os pacientes possam enfrentar o processo do tratamento e serem vitoriosos na luta contra a enfermidade.

 

“A vida tem pressa. Cada vez que levo uma boneca a uma criança em tratamento oncológico, sinto a rapidez em amar! Espalhe vida enquanto há tempo!”, afirma Rogéria. Ela cria bonecas sem cabelo para doar para crianças em tratamento de câncer.

 

É certo que o papel da liderança feminina em projetos sociais se destaca. Vemos uma grande maioria de apoiadoras e doadoras nas organizações sociais. Não estamos dizendo que os homens não se envolvem e não se engajam, não. Mas 75% a 80% dos doadores das organizações, ou do público que atua nas operações, é feminino.

 

“Nas edições do Impacto Sertão Livre, invariavelmente, temos uma liderança feminina bem como uma participação muito maior de mulheres. Em algumas edições chegamos a ter 85% do público feminino participando e liderando as atividades, oficinas e atendimentos”, afirma Clever Murilo, CEO da organização.

 

Este artigo de blog visa, sim, homenagear e exaltar a força das mulheres e sua dedicação, bem como seu real interesse em fazer diferença em nossa sociedade. Contudo, visa também despertar mais homens para o envolvimento direto com organizações e projetos sociais que efetivamente impactam positivamente nossa sociedade.

 

Conheça mais sobre o LIVRES e participe conosco de nossos projetos!

 

Fontes:
https://casafluminense.org.br/quem-cuida-de-quem-foi-responsabilizada-pelo-cuidado-na-pandemia

https://www.revistaentreasanas.com.br/post/lideran%C3%A7a-feminina

https://movimentobemmaior.org.br/lideranca-feminina-frente-as-ongs-do-movimento-bem-maior/

https://gife.org.br/lideranca-feminina-oferece-diferenciais-as-organizacoes-do-terceiro-setor/


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